por Tomates e Grelos, em 04.02.15
O corpo estava alimentado, após o esforço a que se obriga no final do dia. O relógio não marcava mais do que 22h quando se decide dedicar à obrigação a que não se sente obrigado. Sentou-se, levantou a tampa, carregou no botão e abriu o blog. Começou a escrever os rascunhos das ideias que tinha a pairar dentro de si há vários dias, num esforço não apenas de memória mas também de expiação. Desenvolveu cada um, com a habitual dedicação que lhe é reconhecida. Por fim, procurou as ilustrações que as palavras mereciam.
Todo este processo, é um rastilho que se acende no seu íntimo. Rastilho esse, que arde lentamente, como se não quisesse chegar ao barril de pólvora que haveria de explodir. Isso não o impede, no entanto, de lhe soprar, de atiçar o fogo. Do blog, passa para um qualquer site de vídeos de conteúdo adequado àquilo que procura. É objectivo e determinado: "Amateur". Volvidos alguns minutos, já o fogo lhe ergue o membro. Não lhe toca. Novo vídeo entra pelos olhos, provoca-lhe a mente e endurece-lhe o sexo. Afere-lhe a glande que não se contém de brotar gotas espessas, lentas e mornas. Não tira os olhos do écran, nem a mão do topo da torre hirta, enquanto a afoga no seu próprio néctar que não cessa. Novo vídeo, mesmo tratamento. Há algum tempo que não se dedicava ao prazer prolongado, sem compromissos, sem agenda, sem objectivos que não fosse apenas e só, sentir. Há demasiado tempo que não se sentia assim, como apenas é possível sentir quando há dedicação, após um período de objectividade cega, naturais dos necessários ciclos da vida. Afinal de contas, como se pode dar o devido valor ao que é soberbo, sem antes experimentar o que é bom?
Uma ideia luminosa ilumina-lhe os olhos. De calças pelos tornozelos e pau na mão, apressa-se para o chuveiro. Já despido e de bandeira a meia-haste, deixa-se inundar pelo calor e abraçar pela água. Está na hora de erguer a bandeira em todo o seu esplendor. Um pouco de lubrificante na mão e, longos e firmes movimentos desde a base até à ponta, não tardam em endurecer o sexo ao limiar da dor. Que sensação. Lateja ao ritmo do bater do coração, acelerado pela excitação. Não há dúvida que vai terminar da melhor forma mas, ainda não, ainda não. Deixa-se relaxar...deixa relaxar o sexo. Dono de si mesmo novamente, resume o processo, terminando sempre o movimento da mesma maneira, com a glande bem apertada no final, até a soltar. Está duríssimo. Adora a sensação. Desfruta dela. Continua a aproveitar o banho que lhe encobre os movimentos, embora nada tenha a esconder. Pelo contrário. Está exposto e gosta. Sozinho ou acompanhado, o sexo quer-se "sujo". Toma-se de novo na mão e em escassos segundos consegue sentir-se tão duro apenas através da pélvis, repuxada, contraída. Sustém-se. É um jogo demasiado bom para lhe sucumbir. Só mais uma vez...só mais uma vez. Aguenta, relaxa e retoma. Não há retorno. Não consegue. Não aguenta. Não quer. Espessas, potentes e intermináveis golfadas de esperma são expelidas pelo sexo. Nada como uma masturbação lenta para ejacular com tal abundância. Com certeza ficou "seco". Os testículos, outrora pujantes e inchados, não passam agora de meros berlindes, completamente contraídos. Um sentimento de satisfação e abandono, invade-o. Deixa que as contracções naturais expilam o pouco que ainda lhe resta, enquanto a água, esse elemento purificador, lhe invade o rosto, numa sensação de completa satisfação. A felicidade existe.