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Estava a ver que não chegavas gaja. |
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Desculpa querida. O cromo da Sumol estava chato como o caraçaas, raio do velho. |
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Esse não é aquele seboso que te lambuza toda quando dá beijos? |
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Nem me fales...uhggg...eu bem que estendo a mão mas o homem não percebe uma indirecta. |
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Se fosse o da L'Oréal, não fazias esse esgar...aposto que até te lambuzavas de propósito. |
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Não sejas parva. Sabes bem que era incapaz. Adoro o Rodrigo e além disso tenho dois filhos para cuidar. |
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Disseste "adoro"... |
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O quê? |
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Disseste "adoro"...não disseste "amo". |
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Ora...uhh...é uma forma de falar, sei lá. Adoro, amo, é tudo a mesma coisa. |
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Talvez...talvez...mas tu não costumas "enganar-te" dessa forma! |
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Houve lá, quem eram os abutres? |
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Isso, desconversa que eu gosto... Mariana, Mariana...o que é que não me andas a contar? Eu conto-te tudo sobre as minhas aventuras e tu não me contas que andas a "comer fora de casa"? Magoei... |
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Deixa-te de coisas. Tenho lá eu sequer tempo para pensar em aventuras? |
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Ham-ham...estou-te a ver. Amiga, conheço-te desde a faculdade e sei bem que tu não te importavas de dar uma voltinha no da L'Oréal, desde que ninguém soubesse. E serias parva se pensasses de outra forma, já sabes que eu aprovo. |
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Não seja parva. Que raio de conversa. Diz lá quem eram os abutres. |
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Eu vou-te fazer a vontade desta vez, mas que aí há gato, há. Eram aqueles daquela mesa do canto. Estavam os dois a galar-me a pernas. |
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Pois...e agora continuam e incluiram-me a mim. Porque é que não mudaste de mesa? |
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Porque eles nem são feios e apetece-me provocar!! |
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Eu já devia saber que era tudo conversa ao telefone...tu não mudas mesmo. |
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Já me conheces. Além disso tenho a tarde livre... |
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Então? Tens folga? |
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Sim gaja, já te tinha dito que os horários tinham alterado e que agora passo a folgar à tarde, semana sim, semana não. |
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Desculpa querida, tenho tido tanto trabalho que nem me apercebi. Desculpa. |
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Deixa lá tonta, não há stress. Também não é importante. |
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É importante porque contaste e eu nem fiz caso. Mas não foi por mal... |
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Oh pá, mas tu fazes o favor de acabar com essa conversa das desculpas? Desde quando precisamos disso? |
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Tens razão. Em frente. |
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Frente...trás...de lado...era uma tarde em grande! |
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És tão tarada. Nossa senhora!! |
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E tu não, queres lá ver... |
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Já fui mais. Depois de casar e ter filhos, tudo muda. |
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Cala-te...vais dizer qe o teu apetite diminuiu?... |
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Não...não acho que tenha diminuido...terá quase desaparecido porque nem tempo tenho para pensar nisso. |
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Cala-te...não posso crer. Amiga, não sabia que estava assim tão mal. |
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Não está mal nem bem...é a vida como ela é. |
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Eu recuso-me a acreditar que te estou a ouvir dizer isso. Mariana, eu conheço-te e conheço o teu apetite sexual. Desde quando te tornaste num vegetal? |
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Também escusas de ser bruta, fogo. |
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Agora sou eu que peço desculpa mas, já não te reconheço. Eu não me esqueci daquelas noites de faculdade, onde tu própria propunhas experimentarmos coisas novas. |
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Joana, isso já lá vai, ficou no passado. Já não vivemos nesse tempo. O tempo agora, pelo menos para mim, é de me dedicar ao trabalho e há família. Foi bom? Claro que sim. Foi óptimo até! Terão sido os melhores tempos da minha vida. Muita diversão, muita loucura mas, agora tenho responsabilidades que não posso negligenciar. |
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Linda, eu não sou exemplo para ninguém nem pretendo sê-lo mas, tens de existir por entre todas essas ramificações do dia-a-dia. Por entre Marido, Filhos e Trabalho tem de haver lugar ao sexo, ao prazer, ao lazer, etc. |
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Queres dizer por entre Filhos e Trabalho, não? |
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Já sabes que não sou mehor de um homem só, por isso... |
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E eu que por momentos te levei a sério... |
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O que tu estás a precisar, é de desentupir os canos, LOL. |
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És tão parva... |
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Se quiseres, eu até ajudo...tiras a tarde e temos companhia, que aqueles dois estão cada vez mais doidinhos... |
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Oh, deixa-te de coisas. Vá, vamos pedir o café que eu tenho de me ir embora. |
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Não sabes o que perdes... |