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Venham os tomates, venham os grelos! São todos bem vindos. Descontraiam, estejam à vontade que, este é um espaço de prazer.
Desde a aurora dos tempos que o homem tem vindo a provar ser o sexo mais forte. Desde sempre que o homem tomou o leme do mundo, nas conquistas, na expansão, em casa, no sexo. É sempre sobre o homem homem que recaem todas as expectativas e a quem se recorre quando não há recurso. Isto não tira qualquer tipo de mérito às mulheres, que valorosamente se batem por fazer tudo ao mesmo nível que nós. Eu acho bem que se esforcem, é bom sinal. No entanto, por alguma razão, ainda se compara o trabalho de uma mulher com o de um homem. Essa razão, é porque nós damos sempre tudo o que temos e mais ainda! Caçamos com cão e, se necessário, ainda caçamos com gato.
...e há Amigas! Dizem que quem tem amigos nunca está só e acreditem que é bem verdade mas, falamos de Amigos, dos verdadeiros. Daqueles que pegamos no telefone ou noutro meio de comunicação qualquer e, estão lá. Às vezes, esses Amigos, brindam-me com pérolas que não consigo deixar de transcrever. Esta, é uma verdadeira amiga com quem sei poder contar. Que mais pode um Homem pedir na vida?
"Tu também tens uma amiga de braços (e pernas) abertos para ti."
Lembram-se da Kodak? Se bem me recordo, havia um anúncio que dizia algo como: "Para mais tarde recordar.". Porque é que essa expressão me veio à mente? Por isto.
"Que barulho é este?" - pensou.
O medo paralisou-a. O que se estaria a passar? Encolhe-se. Estaria alguém por ali perto? Treme com a possibilidade. E o pai e a mãe? Espreita para fora dos lençóis. Será que não ouvem nada? A cabeça já de fora. E se forem ladrões? Aninha-se.
"Mariana, já tens 12 anos. Caramba, já não podes andar com medo de monstros de baixo da cama." - vociferou mentalmente. "Se há alguém cá em casa, temos de ir acordar o pai. Ele safa-nos desta, de certeza. O paizinho é capaz." - decidiu-se.
Lentamente, destapou-se. Rodou o corpo até estar deitada de lado e esperou alguns segundos. Ergueu-se e ficou sentada na cama, até ter certeza que os ladrões não a tinham ouvido. Pôs os pás no chão, calçou os chinelos e levantou-se. As molas rangeram e temeu pela sua vida. Nada. Os barulhos continuavam. À medida que se aproximava da porta do quarto, os barulhos tornavam-se mais nítidos, ainda que continuassem abafados. Não são passos, concluiu.
"Alguém deve andar à procura nas gavetas dos papéis do pai." - teorizou. "Eu já o ouvi falar desses bandidos que tentam fazer mal aos outros, só porque temos dinheiro." - assumiu.
Encosta a cabeça à porta, entreaberta, e escuta...
"Não são papéis... Que estranho! Vem do quarto da mamã."
Menos amedrontada, reconhece o barulho.
"Então, isto é o mesmo barulho que o meu colchão fez quando eu me levantei." - aliviou-se. "Porque é que eles haveriam de estar aos saltos na cama a esta hora? Eu não posso, e eles esperam que eu vá dormir para o fazerem!" - sentiu-se injustiçada. "Só há uma coisa a fazer: confrontá-los. Isto assim não vale." - decidiu-se. "O paizinho é que pode ficar chateado...e se fico de castigo?" - ponderou.
Atrevida, decidiu avançar, ainda sem saber bem o que fazer. Pé ante pé, foi ficando mais próximo do quarto dos pais. Era notório, à medida que avançava, que não estavam só a assaltar em cima da cama. Estavam claramente a fazer barulho também, porém abafado, estranho, imperceptível de distinguir entre dor ou prazer. O mistério adensava-se e Mariana estava determinada em resolvê-lo. Já tinha dobrado a esquina do seu quarto e estava agora no corredor comum, com acesso a todos os outros quartos. Estava escuro, mas havia alguma visibilidade permitida pela noite de luar, que se fazia notar através da janela horizontal superior, o que fazia com que se pudesse movimentar sem tropeçar ou bater nas paredes. Como de costume, a porta do quarto dos pais estava entreaberta. Nunca a fechavam e não permitiam aos filhos que o fizessem. "As portas cá em casa não têm chave." - dizia sempre o Dr. Figueiredo, com voz autoritária que ninguém se atrevia a desafiar. Mariana tremia, num misto de medo e de curiosidade, sem saber o que esperar, com medo de ser apanhada, desejosa de desvendar o mistério. À medida que se aproximava, o barulho tornava-se mais claro, mais nítido, mais distinguível.
"Gemidos?" - indagou incrédula.
Não teve coragem de espreitar. Os pais estavam claramente acordados e qualquer movimento na porta seria razão suficiente para ser apanhada. Aqueles gemidos abafados eram estranhos mas ao mesmo tempo interessantes. Entranhavam-se. Não eram de dor, eram de alguém que está a gostar do que está a fazer, de divertimento, à falta de melhor vocabulário em idade de pré-adolescência.
"O que é que eles estarão a fazer?" - a sua mente fervilhava de curiosidade.
Se pudesse, irrompia pelo quarto adentro e acendia a luz de repente. Que raio estariam eles a fazer, que era divertido e que se assemelhava a alguém a saltitar em cima da cama?
"Mariana!" - sussurrou Francisco. "Mariana!" - repetiu.
Mariana quase denunciava a sua presença, tal era o susto que acabava de apanhar. Por entre gestos, perguntou ao irmão o que é que ele queria. Ele olhou-a de soslaio e com ar ameaçador, transparecendo claramente a sua ordem. Mariana, apesar de desafiadora, nem esboçou reacção. Pé ante pé, retomou pelo mesmo caminho que a trouxe. Não se pense por um segundo que isso fez com que a sua curiosidade se tivesse alterado. Muito pelo contrário. Estava ainda mais aguçada. Fitava o tecto e não parava de pensar no que é que Francisco saberia a mais que ela. Sim, o irmão era a chave para deslindar este mistério e, ele que não pensasse que ela se iria esquecer.
Manhã. Levantou-se a correr para o pequeno-almoço, na esperança de se encontrar com o irmão mas, ele já tinha saído para a escola. Logo hoje, logo hoje tinha de começar as aulas antes dela. Não interessa, na escola não lhe escapava.
Procurou-o logo no primeiro intervalo que teve oportunidade.
- | O que é que se passou ontem? O que é que o Pai e a Mãe estavam a fazer? |
- | Nada da tua conta. |
- | Quero saber? |
- | Não são coisas que tenhas de saber. |
- | Mas eu quero. Eles estavam a divertir-se aos pulos na cama, que eu bem ouvi |
Francisco não se conteve na reacção e riu-se perdidamente, o que apenas serviu para enfurecer ainda mais Mariana. Era mais nova que Francisco mas nem por isso se coibia de o desafiar, sempre que achasse que existia margem, mesmo que muito reduzida.
- | Vais-me contar ou tenho de ir perguntar ao Pai e à Mãe? |
- | Não te metas em coisas que não são para a tua idade. |
- | Mas eu quero saber! |
- | Um dia vais saber, mas não hoje. |
- | Quando? |
Quando fores mais velha. | |
Mas porque é que eu não posso saber hoje? | |
Porque não irias compreender. Mas um dia vais perceber, tem calma. |
Ainda que não estivesse convencida, Francisco tinha conseguido acalmar a irmã. Não queria ser ele a explicar à irmã o que é sexo. Achava que não lhe cabia essa tarefa. Nem saberia como o fazer. Isso são coisas que se aprendem na escola, nas conversas com os amigos, ou na televisão. A SIC, o terceiro canal, passa algumas coisas picantes a horas tardias e naturalmente Mariana haveria de se deparar com isso. Além disso haviam as novelas, as revistas e ela haveria de descobrir o sexo de forma natural, como se não falar disso é que fosse natural. É natural falar mas, é com as amiguinhas da idade dela, não com o irmão mais velho. Esse fala com os amigos e aprende o que é "esgalhar o pessegueiro", conversas que não são adequadas, no seu entender, à irmã mais nova. Além disso, se foi assim que aprendeu, porque haveria de ser diferente com a irmã? Para ele era um processo tão natural como aprender que o Pai Natal não existe. Durante muito tempo acredita-se e depois, com o avanço da idade, vamo-nos apercebendo que não existe. O sexo é igual. Não sabemos o que é e gradualmente, vamos aprendendo, descobrindo, experimentando. Mariana faria esse caminho, sem a ajuda de Francisco.
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Anda um burburinho crescente na comunicação social, sobre o aproximar da estreia de Fifty Shades of Grey. A esta altura, é inútil explicar o fenómeno pois ele é sobejamente conhecido de toda a gente. O que me preocupa, enquanto cinéfilo, são as parangonas de "A mais aguardada estreia do ano" ou "O grande fenómeno mundial", etc. E porquê? Porque este tipo de filme, adaptado de romance em velocidade relâmpago, tem tudo para ser um fiasco cinematográfico. Não é que eu ache que não vá ter receita ou audiência, bem pelo contrário. Refiro-me à qualidade do mesmo. Normalmente, os filmes adaptados de romance em tão pouco tempo, servem apenas para aproveitar a euforia geral à volta do respectivo livro, descurando fatalmente a arte que o cinema exige. Temo que basta existir sexo e sedução em dose suficiente, para os amantes do Srº Grey acharem que acabaram de ver uma obra prima. Talvez seja apenas um mecanismo de defesa meu para não me desiludir com o filme, que tenho alguma expectativa de ver se consegue capturar para o écran, a tensão e o erotismo que lhe é atribuído. O que é certo, é que os filmes, assumidamente eróticos, pecam sempre pela falta de qualidade geral a nível de história e construção de personagens. Não são tão directos e ridículos como os pornográficos mas, não cativam. Não quero ser pessimista mas, temo que existam 50 melhores filmes para ver este ano.
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