por Tomates e Grelos, em 24.09.14
Os encontros marcados pela Internet são sempre algo que tento evitar a todo o custo. Há uma série de condicionantes que devo considerar e, apenas quando os prós me parecem suficientemente superiores aos contras é que avanço. No meu período pré-blog, no tempo das velhinhas salas de chat, cheguei a marcar um ou outro encontro. Num deles, combinámos no shopping, ou melhor, numa amostra de shopping, comparado com o que temos hoje. A conversa desenrolou-se aos arranques, sem grande conteúdo, muita conversa fiada e o ambiente começou a tornar-se desinteressante. Conversar cara-a-cara era interessante mas não havia aquela faísca do suposto anonimato fornecido pela Internet e a contracção interferia com o avanço da situação. Enchi o peito de ar e deixei sair um enfadado: e se fôssemos até minha casa? Onde é que moras? - respondeu ela. Aqui ao cima da praça da República, podemos ir a pé - retorqui eu. Tens alguém em casa? - interessou-se ela. Que eu saiba não mas, se acontecer, cada um sabe o seu lugar, naquela casa - disse eu para "fechar o negócio". Vamos! - decidiu-se ela.
Depois de fazer a cama ranger, conversámos muito mais relaxados e abertamente. Finalmente confessámos às paredes que nos ouviam que ambos tínhamos ido à procura do mesmo, apesar do medo de quem está do outro lado da linha poder nao corresponder ás nossas expectativas. Toda aquela conversa fiada deveu-se ao simples facto de nenhum querer "entrar a matar". Foi uma lição para mim! Não quer isto dizer que hoje em dia entre a matar, afinal a subtileza é, por si só, uma arma poderosíssima mas, o certo é que numa situação em que se marca um encontro com um desconhecido, poucos serão os casos em que o que se procura não seja sexo! Isso quer dizer que termina em sexo? Não! Para isso é necessário que os olhos comam como a mente já o fez. A cama voltou a ranger...